Apesar de pouco comentada, estima-se que de 0,5% a 1,5% da população mundial apresente seus sintomas
Esse comportamento acarreta em alterações nas secreções endócrinas, como a melatonina (neuro-hormônio que regula o sono), contribuindo para manter a insônia e o humor deprimido. Além disso, "os níveis de leptina, uma proteína que suprime o apetite, ficam mais baixos, o que faz com que ela não contenha os impulsos de fome e resulta na interrupção do sono", explica Ana Paula Pereira, nutricionista do Hospital Samaritano do Rio de Janeiro.
O transtorno é associado à obesidade, diabetes tipo II e à pobre qualidade de vida. Pessoas com doenças psiquiátricas, como a depressão, que usam antipsicóticos ou são adeptas de dietas muito restritivas, também podem desenvolver SCN. Contudo, "não há nada descrito sobre tendência genética no aparecimento dos sintomas", afirma Walmir Coutinho, responsável pelo laboratório de transtornos alimentares da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Tratamento
Não existe um tratamento específico no caso de SCN. Entretanto, alternativas multidisciplinares combinando um plano alimentar com terapia cognitivo comportamental - e em alguns casos medicação para diminuir a compulsão e tratar a insônia - podem dar bons resultados. Já o nutricionista participa do processo planejando as refeições para que o paciente consuma uma dieta adequada e monitorando o seu balanço energético.
Para se prevenir
Comer adequadamente durante as refeições diurnas, fazer atividades físicas regularmente e ter hábitos saudáveis são costumes fundamentais. Mas ainda é necessário tomar cuidado na hora de fazer dietas, principalmente as restritivas. "Procure um endocrinologista para fazer o acompanhamento da alimentação e do emagrecimento de forma correta e sem riscos", recomenda Coutinho.
Histórico
O primeiro caso de Síndrome do Comer Noturno foi descrito em 1955 pelo psiquiatra americano Albert Stunkard, um dos maiores estudiosos em distúrbios dessa área. Porém, a síndrome ainda não é reconhecida como um tipo de transtorno alimentar.
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